sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Sobre ser demasiado humano



Por Samir Bezerra Gorsky

A natureza humana? A cultura? Não, o ser humano é bem mais simples do que parece. Basta organizarmos melhor o discurso. A complexidade, as inconsistências surgem a partir da confusão entre o que é dito e o que é feito. Às vezes o que é dito e o que é feito são coerentes; outras, não. Não existe nem nunca existiu princípio ético para o ser humano. Nunca existirá coisa assim. O bizarro é que alguns que se acham bons o bastante acabam tentando serem bons de fato, mas, como é de se esperar, falham e falham feio. Não é a sociedade que está de cabeça para baixo, é o discurso sobre a sociedade que apresenta defeitos. O axioma é: O ser humano é imperfeito. A partir deste axioma, os teoremas são demonstrados com naturalidade e tudo o que era complexo sobre o ser humano se mostra com uma impressionante simplicidade. Outra idéia descritiva e explicativa acerca da essência humana é: O ser humano jamais será perfeito.



O que acontece com a nossa sociedade (e com todas as outras também) é fruto de uma confusão acerca do discurso sobre o ser humano. O discurso mais satisfatório é aquele que concatena o que o ser humano é e aquilo que faz parte de seus pensamentos.




O conceito central é o de poder. Poder e violência são conceitos bastante próximos. Todo ser humano quer algum tipo de poder, isto é conseqüência de sua imperfeição. O poder é necessário para o controle da violência. Só pode usar a violência quem possui o poder. O indivíduo, porém, jamais será mais forte do que a sociedade, pois a sociedade é a personificação de um indivíduo coletivo. Quem possui mais controle sobre a sociedade possui também mais poder. Todos querem algum tipo de poder. Logo, os seres humanos estão em competição (guerra) uns com os outros. Todavia, a sociedade é mais forte do que o indivíduo. Daí é ruim tratar o próximo com desrespeito. Conclui-se disso que o ser humano deve aprender a usar suas relações sociais para conseguir poder. E usar o poder para conseguir mais poder.
Isso é bom, ou mau? É inadequado caracterizar esse aspecto como sendo bom ou mau. Diremos apenas que é humano.



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