sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Os fios e os fiadores

Por Samir Bezerra Gorsky

O que me interessa, acima de tudo, é o conhecimento. Estudar e desenvolver teorias de maneira satisfatória. Mas especificamente, me interessa a maneira como as pessoas percebem a sua própria vida, ou seja, a maneira como as pessoas enxergam o que é dito verdadeiro. Interessa-me o que as pessoas pensam sobre o que é a filosofia e o que elas valorizam de fato em seu íntimo. Interessa-me mostrar que a realidade que é vendida todos os dias e a toda hora não é a única nem a melhor realidade possível. Alias nossas opiniões sobre todas as coisas não é nem jamais será conhecimento sobre todas as coisas. Deus é um eterno desconhecido, porém digno do respeito que até mesmo os ateus lhe conferem. O mais complicado é perceber que as pessoas em geral não percebem que elas são livres. Elas não percebem a própria liberdade. Não interessa aos criadores das regras que os jogadores possam fazer certas escolhas. “Pode-se sempre escolher”. Esse é o axioma que os chefes guardam a sete chaves. Filosofar = ser livre.

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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Erros e acertos

"Os acertos são exemplos
os erros são lições
A proporção atual tem sido: um exemplo para cada 10 lições"

Samir Gorsky

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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Educação (Platão)

Estrangeiro — E como designaremos a parte do ensino que nos livra da ignorância?
Teeteto — Eu, de mim, Estrangeiro, acho que a parte restante tem o nome de ensino profissional; a outra, pelo menos entre nós, é denominada educação.
Estrangeiro — O mesmo se observa, Teeteto, entre os demais helenos. Porém ainda nos falta considerar se a educação é um todo indivisível ou se comporta alguma divisão merecedora de nome especial?
Teeteto — Falta isso, realmente.
XVII — Estrangeiro — Quer parecer-me que neste ponto ela é divisível.
Teeteto — Onde?
Estrangeiro — No ensino pelo discurso, ao que parece, há um trecho mais áspero e outro mais liso.
Teeteto — E que qualificativo lhes daremos?
Estrangeiro — Um deles é o método vetusto e venerável que nossos pais geralmente seguiam na educação dos filhos, e que ainda hoje muitos adotam quando os vêem cometer alguma falta, misto moderado de reprimenda e advertência, e que no todo poderia ser chamado exortação.
Teeteto — Isso mesmo.
Estrangeiro — Por outro lado, depois de maduras reflexões, há os que opinam que toda ignorância é involuntária e que nenhum dos que se julgam sábios se dispõe a aprender seja o que for daquilo em que se considera forte. Assim, com todo seu trabalho, o método educativo pela admoestação alcança resultados medíocres.
Teeteto — Pois têm razão de pensar dessa maneira.
Estrangeiro — Daí, adotarem outro processo para se livrarem de semelhante presunção.
Teeteto — Qual é?
Estrangeiro — Formulam uma série de perguntas sobre assunto em que o interlocutor pensa responder com vantagem, quando a verdade é que não diz coisa com coisa; depois, aproveitando-se de sua desorientação lhe rebatem facilmente as opiniões, que eles amontoam na crítica a que as submetem e, confrontando umas com as outras, mostram como se contradizem sobre os mesmos objetos em idênticas relações e igual sentido. Os que se vêem assim confundidos, acabam por desgostar-se de si próprios e passam a mostrar-se mais dóceis com relação aos outros; isso os livra do exagerado conceito que faziam deles mesmos, o que, de todas as liberações, é a mais agradável de se ouvir e a de melhor efeito para o interessado. O que se dá, meu caro menino, é que esses purificadores pensam exatamente como os médicos do corpo, os quais acreditam que o corpo não tira benefício algum dos alimentos sem primeiro remover alguém o que o perturba. O mesmo pensam aqueles a respeito da alma, que não pode colher vantagem dos ensinamentos ministrados, enquanto não for submetida a crítica rigorosa e a refutação não a fizer enrubescer de vergonha, com livrá-la das falsas opiniões que servem de obstáculo ao conhecimento e, assim purificada, levá-la à convicção de que só sabe o que realmente sabe, nada mais do que isso.
Teeteto — Sem dúvida; essa é a melhor e mais sábia disposição.
Estrangeiro — Por isso mesmo, Teeteto, devemos dizer que a refutação é a maior e mais eficiente purificação, sendo forçoso concluir que o indivíduo que se eximir a esse processo, ainda mesmo que se trate do grande Rei, é impuro no mais alto grau, ignorante e deformado naquilo em que deveria mostrar-se mais extreme e mais belo, caso queira alcançar a verdadeira felicidade.
Teeteto — Perfeitamente.

Platão. Sofista 229-231a

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Ignorância

"Nada saber e crer que se sabe; temo que aí esteja a causa de todos os erros aos quais o pensamento de todos nós está sujeito"

Estrangeiro (Platão, Sofista 229c)

Samir Bezerra Gorsky

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